segunda-feira, 18 de abril de 2011

Estreia do Tio Vânia - começando as impressões e o diário das apresentações


Pensei em relatar aqui algumas impressões dispersas da montagem e das apresentações, descrever este processo que, sem dúvida, é um dos mais intensos e enriquecedores que já vivi.


Depois de quase seis meses de ensaios diários, muito trabalho, muitas dúvidas, algumas respostas e, principalmente, muita paixão, estrearemos o Tio Vânia em BH na próxima terça-feira, dia 26/04 no Galpão Cine Horto.


A estreia em Curitiba foi realmente muito bacana. Estava tensa, nervosa pelo desafio de encenar Tchekóv com o Galpão, com direção da Yara e, como se não fosse suficiente, no Festival de Curitiba. Mas tudo correu bem. O público recebeu o espetáculo com alegria e se emocionou muito a partir do terceiro ato. Era um teatro grande, uns 650 lugares, bem maior que as nossas experiências no Cine Horto, quando a Yara tinha reduzido a plateia de 300 lugares pela metade. Foi curioso apresentar uma peça intimista para tantas pessoas, a dificuldade do íntimo projeto foi bem contornada e as críticas foram positivas, principalmente a do Luis Fernando Ramos na Folha de São Paulo.


Agora vem outro desafio, estrear em casa. Tenho a espectativa de uma recepção diferenciada, não é público de festival, mas ao mesmo tempo é um público que vem acompanhando o trabalho do Galpão há quase 30 anos. Vai ser curioso, mas principalmente emocionante, pois estar em casa evidencia um processo muito intenso que estou vivendo: trabalhar com o Grupo que me introduziu no teatro e do qual sempre fui fã. São estas coisas boas da vida que acontecem para deixar claro que a vida é surpreendente e um tanto quanto circular. Sai de Belo Horizonte, morei fora mais de sete anos e, ao voltar, retorno para um lugar de origem, das primeiras oficinas de teatro aos 14 anos. É uma mistura de informações, coisas que aprendi com eles, que eles aprederam de professores que também ensinaram meus professores lá na Espanha. El mundo es un pañuelo.