sábado, 14 de dezembro de 2013

Laboratório de Dramaturgia da Improvisação

O Laboratório de Dramaturgia da Improvisação é um grupo do CNPq, do qual sou líder, que reúne vários pesquisadores e projetos em torno a este tema. Em nosso blog é possível conhecer sobre o nosso trabalho, visualizar vídeos relacionados, ficar sabendo de eventos sobre o tema e baixar gratuitamente vários artigos publicados por nossos pesquisadores. segue o endereço: http://ladilaboratorio.blogspot.com.br

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Poéticas da Criação na Arte Contemporânea

Segue divulgação e programação de evento organizado por mim conjuntamente com o Ernani Maletta. Aberto a todos e sem necessidade de inscrição prévia.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Seleção do Festival Nacional de Teatro de Ribeirão Preto

Estou participando da comissão de seleção do Festival Nacional de Ribeirão Preto junto a Roberto Alvim e Francisco Carlos. Estamos vendo 80 vídeos de diversos lugares do Brasil para selecionar 8 para programação do festival. Um trabalho bastante árduo, mas dá a possibilidade de ver muitas formas diferentes de pensar e fazer teatro, é um ótimo panorama.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Um prêmio para completar a jornada - Melhor atriz coadjuvante SINPARC/USIMINAS


Faz muito tempo que não escrevo neste blog. A viagem para o sul do país foi apenas o início de uma longa turnê do Tio Vânia para mais de 18 cidades brasileiras e Roma, na Itália. Percebo que o Galpão é um grupo acostumado a estar na estrada. O cotidiano desses atores se divide em períodos de intensos ensaios em Belo Horizonte (durante a montagem de um espetáculo) e outro longo período de viagens. É claro que pessoalmente há ônus neste tipo de vida, como em várias outras profissões, a distância da família é o pior deles. No meu caso, quando não estava viajando, tive que me desdobrar para cumprir minha carga-horária e todas as minhas atribuições na UFMG, o que fez com que não tivesse tempo para nada. Ainda assim, vivi um dos melhores momentos da minha vida, apresentar Tchékov em Roma ou em Porangatu (norte de Goiás), apenas para citar alguns exemplos, é uma honra e uma alegria. A convivência com todos os atores, técnicos e produtores do grupo foi sempre muito agradável e fiz bons amigos nesta viagem à Théckov.

Neste primeiro semestre de 2012 ficamos em BH com três temporadas. A primeira na Campanha, no SESC Palladiu, a segunda está acontecendo agora no Oi Futuro e há uma última, no final de junho, no Cine-Horto. Depois iremos à SP e RJ dentro da programação dos 30 anos do grupo e em outros festivais e eventos. O Tio Vânia continua em repertório, para minha felicidade.

Completando esta alegria e esta honra que foi e é trabalhar com o Galpão com a direção da Yara, ontem recebi o prêmio SINPARC/USIMINAS de melhor atriz coadjuvante pela Sônia do Tio Vânia.

Dar vida à Sônia me encheu de alegria e, ao mesmo tempo, de receio. É um personagem forte com um texto final que é um dos mais belos da literatura universal. Dentro deste contexto de tanta qualidade, minha responsabilidade era grande e o que tratei de fazer foi trabalhar, trabalhar e trabalhar para que a inspiração, se viesse, me pegasse com as mãos na massa, à exemplo de todos meus colegas de elenco. Por isso este prêmio vem para completar a sensação de ser afortunada por ter tido esta oportunidade, por isso agradeço à comissão do SINPARC/USIMINAS.

Obrigado ao Galpão, à Yara de Novaes e à toda equipe do Tio Vânia. Obrigada à UFMG por dar condições de que seus professores continuem uma carreira artística. Obrigada à minha família pelo apoio e por suportarem minhas ausências.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Rio Grande do Sul e o Teatro São Pedro

Nossa próxima viagem foi ao Rio Grande do Sul. A primeira parada foi em Caixias do Sul, uma cidade com forte influência italiana na serra Gaúcha. Chegamos no aeroporto de Porto Alegre e pegamos uma van até Caxias. A van tinha um ótimo aquecimento e só pudemos sentir o frio de 1 grau quando saímos em direção ao hotel. Estava com tanto frio que não consegui ir jantar e fui direto para cama. Para piorar, nesta noite o aquecimento no quarto não funcionava e dormi toda a noite sonhando com lã, meias de lã, fazer um casaco de lã... No dia seguinte comprei um casaco, meias, botas, gorro, tudo o que pudesse fazer com que não sentisse frio, pelo menos enquanto não estivesse no palco com uma camisola de alcinha e descalça.

Nossa apresentação em Caxias foi muito especial. Havia umas 250 pessoas, mas o teatro não estava cheio. Nunca havíamos feito o espetáculo em um teatro que não estivesse abarrotado e senti a diferença. Foi um espetáculo diferente, mais íntimo, delicado. As pessoas estavam mais tímidas e o riso, que sempre aparecia no primeiro ato, dessa vez não vinha tão facilmente. Mas era perceptível a atenção e o interesse do público pelo que se passava em cena. Não sei dizer como, uma respiração, uma conexão além do que se pode comprovar, não sei dizer ao certo... Quando acabou o espetáculo, todos tivemos a impressão de tê-lo feito de uma maneira delicada e intensa. Em uma crítica sobre esta apresentação, um jornalista da cidade disse que o público também sentia tédio, também sentia a desprezível vida provinciana da qual trata Tchékov. Todos nós sentimos, não importa onde estejamos, essa é a beleza do Tio Vânia.

Em Porto Alegre não fazia tanto frio. A cidade é linda, mas o que mais me marcou foi a beleza do Teatro São Pedro. Na verdade, não sei muito bem como descrevê-lo. A impressão que tive é que a peça tinha sdo feita para aquele teatro, que tudo se encaixava perfeitamente. Impossível contar exatamente o encanto deste teatro. Já estive em vários teatros na europa, talvez até mais antigos, mas o Teatro São Pedro, e a Dona Eva, administradora do Teatro, me emocionaram muito. Os espetáculos lá foram lindos e no último dia tive a experiência artística mais tocante da minha vida. Acabamos o espetáculo e todos começaram a aplaudir e gritar bravo. Estava lotado, todas as galerias ocupadas e as pessoas de pé, gritando bravo. Foi lindo!

Falo muito da conexão com o público neste diário virtual e acredito que é por que, para mim, estar em comunhão com o público é o principal motivo pelo qual faço teatro. Fico muito feliz de o Tio Vânia, o Galpão e a Yara me permitirem isso de maneira tão intensa.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Depois de um tempo, volto ao diário das apresentações

Depois da quinta semana, seguiu-se a sexta e a sétima. A quantidade de trabalho foi tanta, que não consegui ter um tempinho de voltar aqui e escrever as impressões das apresentações e do final da temporada. Na última semana, fizemos 06 apresentações em apenas 04 dias.

Pessoalmente, acabei a temporada feliz, mas esgotada. Não tanto fisicamente, pois o espetáculo não tem uma demanda corporal muito grande, mas emocionalmente. O nível de concentração e de envolvimento que o texto exige é grande e, estar sempre no "fio da navalha," é algo que esgota. Não se pode apenas executar, repetir, é preciso vivenciar. E essa vivencia, quando se dá mais de uma vez ao dia, pode chegar a ser desgastante.

Ainda assim, fico muito feliz de ter feito uma temporada tão linda. Todos os dias, desde a primeira semana, tivemos a casa completamente cheia o que nos leva a pensar que a acolhida do público foi muito generosa. As pessoas gostam. Se emocionam e refletem sobre o vazio existencial de cada uma das personagens. Encontram semelhanças com as situações que vivem ou viveram e sentem que saem mais fortes, ainda que com uma leve desconfiança sobre a possibilidade da felicidade. Este é o retorno que temos tidos nas conversas com o público no cenário depois de cada apresentação, enquanto retiramos algum objeto de cena.

Essa proximidade com o público é surpreendente no Galpão e revela o quão é verdadeira a frase que Eduardo repetiu nos últimos espetáculo: "agradecemos especialmente ao público que é a grande razão do nosso teatro". A primeira vez que a ouvi, durante o agradecimento, me comovi, pois há uma conexão muito especial entre os atores e o público e essa conexão é preenchida de afeto e respeito mútuos.

Além da temporada, fui convidada a participar do treinamento do Jurij, o diretor russo que está fazendo um trabalho com a outra parte do Galpão e vai dirigir a próxima montagem sobre Tchékov no final do ano. Espero ter outra oportunidade de descrever a experiência em detalhes. Agora resta dizer que tem sido especialmente prazeroso e de grande ensinamento sobre o universo do autor russo e sobre o próprio teatro, em sua essência.

Na última semana fomos para Londrina. Enfrentamos, de novo, um grande teatro. Tivemos que tirar as pernas do palco, pois a vestimenta não estava adequada, e esta operação gastou grande parte da montagem e da adaptação dos atores. No primeiro dia, quinta-feira, achamos que o espetáculo foi projetado de mais. Na intenção de projetar a voz e se fazer ouvir, não soubemos segurar tão bem a vida externa do personagem e o espetáculo, nas palavras da Yara, ficou "declarado". O Cacá Carvalho foi nos ver e comentou muitas coisas importantes para a retomada do trabalho no dia seguinte. O segundo espetáculo, na sexta, foi muito bom. Conseguimos encontrar melhor essa linha tênue entre a projeção e a vida interior, ou submarina, das palavras. Nosso desafio é encontrar isso desde o primeiro dia, agora que já colocamos o pé na estrada e a cada dia estaremos em uma cidade diferente.




quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quinta semana - retornando às descobertas


Finalizamos a quinta semana de temporada já com certa sensação saudosa, uma vez que faltam apenas duas semanas e, depois de tanto tempo de dedicação ao Tio Vânia, é estranho pensar que não terei este contato quase diário com a personagem.

Esta quinta semana representou um retorno ao período de descobertas. Depois da chegada da Yara na semana anterior, pude repensar e reprogramar vários momentos do espetáculo, deixando a Sônia fluir mais e entendendo-a como um personagem cheio de contradições. Isso acabou dando maior humanidade à personagem.

Os cinco espetáculos foram muito bons, inclusive o de quinta que tinha sido sempre mais difícil nas semanas anteriores. Destacaria os dois espetáculos de sábado. Estávamos muito animados com as propostas que a Mônica nos trouxe na sexta e o resultado foi surpreendente.